cronica de uma morte anunciada

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quinta-feira, 25 de março de 2010

balada do asfalto

Me dê um beijo, meu amor
Só eu vejo o mundo com meus olhos
Me dê um beijo, meu amor
Hoje eu tenho cem anos, hoje eu tenho cem anos

E meu coração bate como um pandeiro num samba dobrado
Vou pisando asfalto entre os automóveis
Mesmo o mais sozinho nunca fica só
Sempre haverá um idiota ao redor

Me dê um beijo, meu amor
Os sinais estão fechados
E trago no bolso uns trocados pro café

E o futuro se anuncia num out-door luminoso
Luminoso o futuro se anuncia num out-door

Há tantos reclamos pelo céu
Quase tanto quanto nuvens
Um homem grave vende risos
A voz da noite se insinua
E aquele filme não sai da minha cabeça
E aquele filme não sai da minha cabeça

Rumino versos de um velho bardo
Parece fome o que eu sinto
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí

Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí

Há alguns dias atrás vendi minha alma a um velho apache
Não é que eu ache que o mundo tenha salvação

Mas como diria o intrépido cowboy, fitando o bandido indócil
A alma é o segredo, a alma é o segredo
A alma é o segredo do negócio

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