um universo de mundo sempre se pode resumir (sucumbir) a trinta segundos de tensão. trinta segundos em que você decide se agarra a minha mão, ou a solta. trinta segundos em que eu vou, ou fico.

noite a dentro

O brutal da madrugada é a consciencia de que enquanto todos estão se divertindo noite à dentro, eu fico aqui, vendo essa penumbra que não vira dia, nunca. Nao que tenha pena de mim, um pouco de solidão me faz bem.

navegar é preciso (viver nao é preciso)

E eu queria uma maozinha pra me ajudar a trilhar os caminhos por aí... Ainda vivo nessa ilusão de que alguém vai aparecer e me mostrar que sou apenas uma mera passageira no barco do destino, quando sou tripulante. Todas as ondas que batem, nao pra deixar enjoado, pra deixar emocionante, no fim me fazem perder o norte. A bússola, acompanhada de um mapa onde vejo escrito num cantinho "Voce tem nas maos um futuro brilhante!" atrapalha mais do que ajuda. Essa frase ressoando na cabeça. Voce tem um futuro brilhante... O que eu tenho?
É que essa vida sem tempo pra nada, nao me permite segurar tanto tempo, e assim me esvai o futuro. Porque de brilhante, só esse cruzeiro do sul que me guia.

ano novo vida nova

ai cansei de viver na casa dos outros, quero voltar.
alguem pode vir me pegar?

saludos

Alguém já parou pra pensar como pequenas coisas, tonterías, nos fazem felizes?
Dessas, num onibus cheio, de rir sozinha da mulher desengoncada que deixa tudo cair, ou do adolescente-que-cresceu-muito-rápido-e-nao-sabe quando bate no corrimao. Ou ao ver aquele gordinho faceiro escrevendo uma mensagem contendo uns 50 mil te amos para a namorada (ou namorado). A frase infantil na camisa do sujeito. Ou o desafogar da gravata, daquele homem com ar imponente que saiu do trabalho.
É que sábado o padeiro finalmente me saludou, discreto. Fez meu dia.
Assim como ontem me falaram que eu era muito parecida com a Adriana Lima. Nada a ver.
Mas eu ri.

pensando em circulos

e as vezes da medo, sabe? voce ve toda a vida ai pela frente, ai, ai, dá até uma preguicinha e escondido um medinho. tudo inho, porque sem o diminutivo parece muito ofensivo, mais perigoso. parece tao toxico quanto na verdade o é. ou sou? dá um aperto no coracao, desenho um esboco torto em forma de mapa e me encontro perdida. perco-me no encontro. no final, nossas vidas sempre estao onde estamos nós.
uma redundancia nao tao obvia.

nao sou uma metamorfose ambulante; sou uma falácia.